Total de R$ 30 milhões em
recursos
A Empresa Brasileira de
Pesquisa e Inovação Industrial (EMBRAPII) é uma instituição governamental cujo
foco é apoiar as instituições de pesquisa tecnológica, fomentando a inovação
na indústria brasileira. Ao auxiliar a modernizar as empresas através de produtos e/ou
processos, a ação da EMBRAPII tem como principal meta fazer com que as empresas
sejam mais competitivas, trazendo para a sociedade brasileira as soluções para
os seus problemas cotidianos.
Criada em julho de 2017, a
Unidade EMBRAPII do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP) dedica-se a
transformar a ciência produzida em tecnologias nas áreas da óptica, robôtica,
instrumentação e novos fármacos. Com mais de sessenta projetos executados e/ou
em execução, contemplando um elevado número de empresas - desde as startups
até às já consolidadas -, o principal foco da Unidade EMBRAPII do IFSC/USP está
relacionada com a saúde humana, animal, vegetal e na defesa do meio ambiente.
Os projetos já entregues (38) resultaram em diversos produtos e processos já
presentes no mercado.
Uma centena de empresas
trabalha com tecnologias desenvolvidas no IFSC/USP
Entre as empresas que têm
projetos EMBRAPII, sediadas em todo o território nacional, e outras que
nasceram no Instituto de Física de São Carlos - perto de quarenta -, existe
cerca de uma centena que trabalha com tecnologias que foram desenvolvidas no
próprio Grupo de Óptica do IFSC/USP e no Centro de Pesquisa em Óptica e
Fotônica (CEPOF), um CEPID que se encontra alocado no Instituto, todas elas
tendo em consideração as necessidades sociais. “Como a Unidade EMBRAPII do
IFSC/USP trabalha com pequenas e médias empresas, é óbvio que o nosso foco seja
desenvolver equipamentos que resolvam alguns dos principais problemas do país.
Um dos exemplos é um equipamento desenvolvido em nossos laboratórios, que tem a
missão de realizar exames do solo para determinar a sua qualidade, tendo em
vista melhorar a produtividade”, sublinha o Prof. Vanderlei Bagnato,
coordenador da Unidade EMBRAPII do Instituto de Física de São Carlos
(IFSC/USP). Contudo, as pesquisas realizadas pelo Grupo de Óptica do IFSC/USP e
pelo CEPOF são bastante diversificadas, abrangendo outras áreas importantes,
tendo sido desenvolvidos, até agora, outros equipamentos, principalmente na
área médica - lasers terapêuticos, microscopia, análises clínicas e
instrumentação cirúrgica, entre outros -, produtos que já estão disponíveis nas
diversas necessidades do mercado, com a particularidade de serem de baixo
custo.
Novos horizontes: colaboração
internacional mais intensa e destaque para a saúde pública
Embora o sucesso da Unidade
EMBRAPII do IFSC/USP seja claramente visível, a intenção do Prof. Vanderlei
Bagnato é atingir uma nova etapa com a intensificação da colaboração
internacional, atendendo ao sucesso alcançado até agora, sendo necessário
ultrapassar as fronteiras nacionais e trazer recursos e empresas diretamente da
Europa e dos Estados Unidos. Segundo Bagnato, já se encontram em curso ações no
âmbito do programa europeu “Eureka” que deverão gerar parcerias entre empresas
brasileiras e europeias não apenas determinando novas tecnologias para o mundo,
como também contribuindo para a inserção do know-how brasileiro na
Europa. “Além desse programa, a participação no projeto “Global Health” também
se mostra de vital importância, já que ela deverá gerar produtos e processos
relacionados com um dos tipos de câncer mais recorrente no mundo - câncer de
colo de útero -, projeto que pretende melhorar os procedimentos para o
tratamento das lesões colo-uterinas em países que necessitam de alta tecnologia
com baixo custo. Como vê, temos projetos para produzir melhores medicamentos,
para treinar profissionais e, principalmente, para preparar melhor as empresas
a produzirem o máximo no país”, diz Bagnato. No IFSC e na EESC a Unidade
EMBRAPII conta com mais de dez professores participando e cerca de quarenta
bolsistas desenvolvendo os projetos. Uma característica importante é que a
Unidade EMBRAPPI do IFSC/USP procura ter uma participação ativa das empresas
parceiras em todos os projetos, sendo que isso simplifica e cria o compromisso
para se alcançar ainda mais sucesso.
Trabalhar mais com startups,
promover a formação de novas empresas e incentivando-as a apoiar as áreas mais
deficitárias do país, é uma das apostas de Bagnato. “Um dos projetos mais
importantes que temos em desenvolvimento é dedicado à área de descontaminação
ambiental de espaços fechados, incluindo áreas hospitalares. Trata-se de um
combate a fungos e bactérias, algo que se tornou recentemente um dos grandes
desafios da saúde pública mundial”, enfatiza o pesquisador. Neste contexto e
também na área da saúde pública está sendo desenvolvido, em parceria com uma
empresa, um sistema portátil dedicado ao tratamento da pneumonia resistente a
antibióticos, de forma não-invasiva e de baixo custo, equipamento que em um
futuro próximo poderá estar disponível nos consultórios médicos, postos de
saúde e hospitais.