Pesquisadores do Instituto de Física de São
Carlos (IFSC/USP), em parceria com o pesquisador Dr Marcelo Saito Nogueira, da
Tyndall National Institute (Ireland) e Universidade College Cork (Ireland),
testaram uma terapia com laser de baixa potência como tratamento alternativo ou complementar à utilização de terapias medicamentosas para o
tratamento da neuralgia do trigêmeo, tendo obtido resultados muito positivos.
Um estudo foi apresentado pelos pesquisadores
desta pesquisa em janeiro deste ano - confira em https://www.spiedigitallibrary.org/conference-proceedings-of-spie/12354/123540H/Application-of-low-level-laser-therapy-in-trigeminal-neuralgia/10.1117/12.2650557.short?SSO=1)
no decurso do Congresso da SPIE WEST. A SPIE é a maior associação mundial para
pesquisa em fotônica. Esse congresso foi no Vale do Silício na Califórnia (US).
A neuralgia do trigêmeo é considerada uma das
dores faciais mais graves e comuns e é caracterizada por uma
dor paroxística semelhante a um choque elétrico, ou dor aguda, restrita a um ou mais ramos do nervo trigêmeo.
A neuralgia do trigêmeo pode se desenvolver a
partir de causas idiopáticas e/ou pode estar relacionada a outras condições,
como neoplasias, esclerose múltipla, compressão da raiz do nervo trigêmeo e outros comprometimentos nervosos, sendo que os tratamentos mais utilizados são terapias
medicamentosas em altas doses ou cirúrgicas, que, no entanto, podem causar efeitos colaterais.
Um potencial tratamento alternativo ou
complementar da neuralgia do trigêmeo é a terapia a laser de baixa potência, que é conhecida por controlar
diferentes tipos de dor, procedimento esse que
foi testado por pesquisadores do IFSC/USP como adjuvante à terapia medicamentosa e que mostrou resultados positivos. “Nosso trabalho avaliou os resultados obtidos no tratamento medicamentoso
associado à terapia a laser, com base em um relato de caso clínico de um
paciente com neuralgia do trigêmeo, sendo que os resultados foram avaliados a cada sessão, quanto à evolução do paciente.”, esclarece o Prof. Vitor Hugo Panhóca, especialista em Dor Orofacial
pela EPM-UNIFESP e pesquisador do IFSC/USP, que é coordenador desse estudo
juntamente com o Prof. Vanderlei Bagnato, realizado com os demais coautores deste estudo.
Para este procedimento foram utilizados dois
dos aparelhos que aplicam laser e que foram desenvolvidos no IFSC/USP e que já
estão sendo comercializados, com aplicações na região dos ramos do nervo trigêmeo, três vezes por
semana, conforme protocolo desenvolvido pelos pesquisadores. O resultado clínico observado foi excelente, resultando em redução das
dores e administração da dose medicamentosa entre 50 a 100% .
“Em nossa opinião, estes resultados ocorreram devido aos efeitos da fotobiomodulação, proporcionando por meio de vias anti-inflamatórias e analgésicas, alívio da dor neurálgica e promoção também da homeostase celular necessária para o restabelecimento da função tecidual”, conclui Vitor Panhóca.
foto explicativa -Jacksonville
Orthopaedic Institute