Procedimento de litotripsia intravascular foi
realizado para tratar uma lesão de calcificação em uma artéria do coração de um
paciente de 82 anos.
A Santa Casa de São Carlos foi o primeiro hospital da
região a utilizar o Shockwave para desobstrução de artérias coronárias. A
tecnologia ultramoderna chegou ao Brasil há poucos meses e tem como finalidade
restabelecer o fluxo sanguíneo de vasos obstruídos sem a necessidade de
cirurgias mais complexas.
O cardiologista do hospital, Dr. Sergio Berti, contou que
a técnica nova foi realizada neste mês de março em um homem, de 82 anos, que já
havia sido submetido a uma cirurgia de ponte de safena no coração.
Ele estava com uma grande quantidade de cálcio na
artéria coronária e houve a necessidade de realizar o procedimento de
litotripsia intravascular, que consiste em introduzir na artéria coronária um
cateter balão, chamado Shockwave, que fica ligado a um gerador. Esse gerador
dispara ondas de pressão sonora capazes de fraturar o cálcio, que é provocado
pelo acúmulo de gordura.
“Essa tecnologia permitiu que fizéssemos uma
angioplastia, colocássemos um Stent e que o resultado fosse excelente,
reduzindo os riscos de morte e complicações da cirurgia. Obviamente que isso
melhora a qualidade de vida a partir do momento que você desentope uma artéria
principal do coração, onde normalmente causa algum sintoma de dor a esforços ou
cansaço, faz com que esse paciente passe a ficar sem sintomas, onde a qualidade
de vida e o esforço que fizer, vai fazer sem incômodo nenhum”, contou o médico.
O cardiologista explica que existem outras técnicas
para desobstruir artérias cororarianas, como aterectomia, porém, elas utilizam
uma broca que traz alguns riscos, como perfurações das artérias e liberação de
detritos do cálcio.
A litotripsia intravascular pelo equipamento Shockwave
é aplicado na artéria que apresenta endurecimento por placas de gordura. De
acordo com Berti, o procedimento não desgasta o vaso, o que gera menos riscos e
complicações ao paciente.
“Essa nova tecnologia age unicamente na parede interna
do vazo, quebrando e fragmentando esse cálcio, deixando ela bem molinha ali
dentro e facilitando o implante do stent, permitindo que seja implantado com um
resultado excelente”, explicou o cardiologista.