O vereador Azuaite Martins de França afirmou na última sessão da Câmara que o asfaltamento de ruas da cidade “parece estar de acordo com uma determinada validade: de eleição para eleição”. O parlamentar considerou “um absurdo que sempre às vésperas da eleição municipal as ruas da cidade estejam esburacadas”.
“Os munícipes reclamam e o prefeito, ou o seu candidato ou o seu time de candidatura aparecem como salvadores da pátria para dizer: eu estou asfaltando, recapeando a cidade”, observou. “Esse asfalto vai durar três anos para que as pessoas recebam o asfalto às vésperas da eleição, como se isso fosse induzir alguém a votar no candidato. Induz trouxa. As pessoas que não são trouxas não se deixam iludir por isso”.
Azuaite afirmou que é “preciso ver como funciona a engenharia política da compra de voto, da ilusão do público, da escravidão das pessoas com menor entendimento, que vendem o seu voto pela satisfação de ter seu desejo cumprido, sem perceber que esse desejo foi fabricado para que houvesse essa dependência”.
O parlamentar fez referência a ruas da cidade que não contam com asfalto até hoje. Citou o caso das vias públicas do loteamento Valparaíso,que está no trajeto do transporte escolar, os moradores pagam IPTU, mas não contam com ruas pavimentadas e ainda enfrentam problemas de falta de escoamento de águas pluviais e iluminação precária. Ele afirmou que enviou solicitação à Prefeitura para resolver a questão do assoreamento de uma lagoa existente no bairro. O vereador também apontou a falta de pavimentação no acesso à casa de shows Oásis, na região do Embaré.
PESSOAS INVISÍVEIS - Em seu pronunciamento, Azuaite fez ainda referência ao fato de o sistema de saúde da cidade não possuir dados estatísticos para realizar planejamento de políticas públicas direcionadas a pessoas com sobrepeso, hipertensão, diabéticas e com outros problemas de saúde. Abordou a questão das “pessoas invisíveis”, ao comentar a campanha “Registre-se”, promovida pela Corregedoria Nacional de Justiça em todo país, de 8 a 12 de maio, ação apoiada pelo padre Julio Lancelotti.
O vereador mostrou a certidão de nascimento de seu pai obtida aos 20 anos, em 1942, por ordem judicial. Ele nasceu numa localidade onde não havia cartório e o registro era apenas um documento emitido pela Igreja por ocasião do batismo. Segundo relatou, seu pai tirou o documento oficial quando pretendia combater na Guerra para, na volta, conseguir um emprego melhor. Ao citar esse caso, Azuaite lembrou que “81 anos depois, ainda existem milhões de brasileiros que não têm certidão de nascimento, não são cidadãos, mas pessoas invisíveis como as políticas públicas mais necessárias para a cidade, o estado e o país”.