Pesquisadores do Centro de Pesquisa em Óptica e
Fotônica (CEPOF) - CEPID da FAPESP alocado no IFSC/USP -, em colaboração com
colegas de outras instituições científicas, dentre elas cientistas do Tyndall National Institute,
University College Cork (Irlanda), realizaram um estudo abrangente para
tratamento do zumbido no ouvido, cujos resultados apontaram que a aplicação de
laser dentro do pavilhão auditivo tem um efeito anti-inflamatório e de
relaxamento. O conteúdo desse estudo e os resultados obtidos foram publicados
em março último na revista “Journal of Personalized Medicine”, uma publicação
cujo escopo é o desenvolvimento de tratamentos personalizados dentro da área da
medicina.
O zumbido no ouvido é um sintoma cuja causa específica ainda não foi identificada, com
tratamentos que nem sempre são eficientes, pois cada caso é um caso, o que se
sugere o uso de protocolos personalizados. Insuficiência da irrigação periférica nos tecidos próximos ao labirinto (aparelho auditivo
interno), lesões, insuficiência microcirculatória originada por oclusão devido a embolia ou hemorragia, diabetes mellitus, ou hipertensão arterial,
são alguns dos casos onde pode ocorrer o zumbido no ouvido.
O estudo acima citado envolveu uma vasta equipe
de profissionais multidisciplinares, liderados pelo pesquisador do IFSC/USP,
Prof. Vanderlei Bagnato, que se concentraram em aplicar possíveis modalidades
alternativas de tratamento com o intuito de identificar qual a metodologia mais
eficaz. Neste sentido, os pesquisadores aplicaram diversos tipos de protocolos
em um grupo constituído por mais de uma centena de pacientes voluntários, que
ficaram divididos em dez sub-grupos e que se submeteram a oito sessões, com os
seguintes resultados:
Um grupo de pacientes foi tratado apenas
Flunarizina - medicamento indicado para zumbido no ouvido -, enquanto outro
grupo foi tratado apenas com Ginkgo biloba - medicamento fitoterápico indicado para o mesmo fim.
Já outros grupos foram tratados com aplicação de laser conjugado com ultrassom,
enquanto a outro grupo foi aplicado laser conjugado com vacuoterapia. Dois
outros grupos receberam aplicação de laser combinado com acupuntura
(laserpuntura). O melhor resultado foi a aplicação de laser dentro do pavilhão
auditivo, conforme descreve o pesquisador do Instituto de Física de São Carlos
(IFSC/USP) e um dos autores do estudo, Dr. Vitor Hugo Panhoca. “Com a aplicação
de laser nessa região do ouvido atingiu-se um efeito anti-inflamatório e de
relaxamento. Com estes resultados, acreditamos que o laser tenha esse efeito,
podendo também aumentar a irrigação periférica, obtendo dessa forma, resultados
ainda maiores na luta contra o zumbido no ouvido.”
Este estudo e seus resultados foram igualmente
publicados no “PubMed” plataforma do National
Institute of Health (NIH), instituição mantida pelo governo norte-americano.