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29/06/2023 08H54
Colóquio inicia atividades do Observatório Mulheres UFSCar
Entre os dias 12 e 14 de junho, a Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) realizou o I Colóquio do Observatório Mulheres UFSCar - Equidade, Pesquisa, Universidade. Na mesa de abertura, 10 mulheres que integram a Administração Superior da UFSCar apresentaram ações em andamento na Universidade relacionadas à temática. A Reitora da UFSCar, Ana Beatriz de Oliveira, afirmou a necessidade de uma transformação cultural profunda para situar seu compromisso com a pauta da equidade de gênero desde o início da gestão e a criação, em 2022, do Grupo de Trabalho Mulheres, que se desdobrou na proposta do Observatório.
O Colóquio marcou o início das atividades do Observatório, e três outros eventos estão programados para acontecer até meados de 2024, nos campi Araras, Sorocaba e Lagoa do Sino. Na abertura, Diana Junkes, Pró-Reitora Adjunta de Pesquisa da UFSCar e coordenadora do GT, destacou, dentre as ações já empreendidas, levantamento da presença de mulheres na Comunidade UFSCar, com informações sobre titulação, liderança de grupos de pesquisa, participação em atividades de iniciação científica e pós-doutorado, dentre outras. Também registrou a interlocução com outras instituições, como na participação na Rede Equidade, que reúne representantes de universidades públicas do estado de São Paulo. Estas e outras informações detalhadas podem ser conferidas no site da Pró-Reitoria de Pesquisa (https://www.propq.ufscar.br/observatorio-mulheres-ufscar/apresentacao ).
Nas apresentações das demais dirigentes, alguns temas abordados foram a diversidade do corpo docente da UFSCar e diagnósticos da inserção das mulheres nas diferentes atividades acadêmicas; ações da Pró-Reitoria de Administração voltadas à justiça social nas contratações públicas; indicadores relativos às mulheres no corpo discente e questões sobre permanência na Educação Superior; dentre outros. Ao final, a Vice-Reitora da UFSCar, Maria de Jesus Dutra dos Reis, lembrou que "onde há conhecimento, há poder, e onde há poder se deseja excluir a mulher. O retrocesso é fácil, a luta é longa, e passa pela mulher na Ciência".
Pautas
Na programação do Colóquio, um conjunto diverso de convidadas conduziram conferências e mesas-redondas. Dentre elas, Fernanda Severo, historiadora, pesquisadora na Fiocruz e integrante da Comissão Nacional da Verdade, falou sobre as mulheres na Ditadura. "Nós estamos na ciência, nós estamos na política. Nós estamos ocupando espaços na sociedade, espaços públicos especialmente, porque elas estiveram antes de nós, porque elas trabalharam para que a gente não ficasse restrita à sociedade patriarcal, a todos os preconceitos do sexismo, do racismo, da misoginia", refletiu Severo, que abordou alguns resultados e recomendações do relatório da Comissão Nacional da Verdade, finalizado em 2014.
Em uma apresentação que emocionou o público, Débora Diniz, docente da Faculdade de Direito da Universidade de Brasília (UnB), abordou, dentre outras reflexões, o projeto "Reliquia.rum" (@reliquia.rum), que reúne histórias e memórias de mulheres que perderam suas vidas na pandemia de Covid-19 no Brasil. A existência e resistência das mulheres dos povos originários foram os temas conduzidos por Eliana Potiguara, Doutora Honoris Causa pela Universidade Federal do Rio de Janeiro e presidente da Rede Grumin de Mulheres Indígenas. Os desafios para as mulheres nas carreiras nas áreas de Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática também estiveram presentes em outros debates ao longo do evento.
Na mesa "Mulheres, Pesquisa e Sociedade", o foco esteve não apenas na promoção da equidade como garantia de direitos iguais a todas as pessoas, mas também como possibilidade de produção de conhecimentos com mais qualidade, pertinência e relevância. "A ciência é oportunidade da mulher exercer o seu papel de liderança, de questionamento, que lhe foi supostamente tirado no processo de socialização. O espaço científico pode representar, de fato, para muitas mulheres, um espaço de revolução", defendeu Ana Cláudia Farranha, professora da Faculdade de Direito da UnB. Ester Sabino, pesquisadora cujo trabalho no sequenciamento do novo coronavírus teve grande destaque na pandemia, fez relatos contundentes sobre preconceitos e discriminação na avaliação das mulheres cientistas. A Reitora Ana Beatriz também participou da mesa, destacando como se vê no papel, enquanto dirigente mulher, não só de fomentar o debate, mas de incomodar, por exemplo ao evidenciar junto aos colegas homens a baixa participação de mulheres em mesas e outros espaços de eventos acadêmicos.
Representantes de coletivos discentes da UFSCar conduziram a mesa "UFSCar sem machismo: as pautas discentes e das pesquisadoras de pós-graduação". Em outro momento, a participação das servidoras TAs debateu os desafios da pesquisa pela categoria. Desafios também foram o foco de mesas que abordaram a presença da comunidade LGBTQIAPN+ na Universidade e o binômio maternidade-pesquisa.
Uma matéria completa sobre o evento pode ser acessada no canal UFSCar Oficial no YouTube.
Observatório
O Observatório Mulheres UFSCar - Equidade, Pesquisa, Universidade surge com os objetivos de observar, levantar dados, estudar e buscar meios de implementar, dentro da UFSCar, políticas de equidade de gênero, com inclusão social, entre todas as categorias (discentes e servidoras docentes e técnico-administrativos), que privilegiem o respeito à diversidade, sob todos os aspectos. A concepção que orienta o trabalho é que a implementação de políticas de equidade é uma construção coletiva e, também, deve possibilitar a multiplicação de experiências não só dentro, mas também fora da UFSCar Inicialmente, os eixos estabelecidos para o Observatório são: Pesquisa; Extensão; Arte e Cultura; Comunicação; Carreira e Equidade; e Prevenção e combate à violência. Neles, a busca será por reunir as pessoas interessadas em pautas comuns. "Em breve, teremos o lançamento do site e, por lá, cada pessoa poderá escolher o eixo com o qual se identifica e participar das reuniões", explica Diana Junkes. Por enquanto, todas as ações do Observatório podem ser acompanhadas no Instagram (@observatoriomulheres.ufscar).
O Colóquio marcou o início das atividades do Observatório, e três outros eventos estão programados para acontecer até meados de 2024, nos campi Araras, Sorocaba e Lagoa do Sino. Na abertura, Diana Junkes, Pró-Reitora Adjunta de Pesquisa da UFSCar e coordenadora do GT, destacou, dentre as ações já empreendidas, levantamento da presença de mulheres na Comunidade UFSCar, com informações sobre titulação, liderança de grupos de pesquisa, participação em atividades de iniciação científica e pós-doutorado, dentre outras. Também registrou a interlocução com outras instituições, como na participação na Rede Equidade, que reúne representantes de universidades públicas do estado de São Paulo. Estas e outras informações detalhadas podem ser conferidas no site da Pró-Reitoria de Pesquisa (https://www.propq.ufscar.br/
Nas apresentações das demais dirigentes, alguns temas abordados foram a diversidade do corpo docente da UFSCar e diagnósticos da inserção das mulheres nas diferentes atividades acadêmicas; ações da Pró-Reitoria de Administração voltadas à justiça social nas contratações públicas; indicadores relativos às mulheres no corpo discente e questões sobre permanência na Educação Superior; dentre outros. Ao final, a Vice-Reitora da UFSCar, Maria de Jesus Dutra dos Reis, lembrou que "onde há conhecimento, há poder, e onde há poder se deseja excluir a mulher. O retrocesso é fácil, a luta é longa, e passa pela mulher na Ciência".
Pautas
Na programação do Colóquio, um conjunto diverso de convidadas conduziram conferências e mesas-redondas. Dentre elas, Fernanda Severo, historiadora, pesquisadora na Fiocruz e integrante da Comissão Nacional da Verdade, falou sobre as mulheres na Ditadura. "Nós estamos na ciência, nós estamos na política. Nós estamos ocupando espaços na sociedade, espaços públicos especialmente, porque elas estiveram antes de nós, porque elas trabalharam para que a gente não ficasse restrita à sociedade patriarcal, a todos os preconceitos do sexismo, do racismo, da misoginia", refletiu Severo, que abordou alguns resultados e recomendações do relatório da Comissão Nacional da Verdade, finalizado em 2014.
Em uma apresentação que emocionou o público, Débora Diniz, docente da Faculdade de Direito da Universidade de Brasília (UnB), abordou, dentre outras reflexões, o projeto "Reliquia.rum" (@reliquia.rum), que reúne histórias e memórias de mulheres que perderam suas vidas na pandemia de Covid-19 no Brasil. A existência e resistência das mulheres dos povos originários foram os temas conduzidos por Eliana Potiguara, Doutora Honoris Causa pela Universidade Federal do Rio de Janeiro e presidente da Rede Grumin de Mulheres Indígenas. Os desafios para as mulheres nas carreiras nas áreas de Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática também estiveram presentes em outros debates ao longo do evento.
Na mesa "Mulheres, Pesquisa e Sociedade", o foco esteve não apenas na promoção da equidade como garantia de direitos iguais a todas as pessoas, mas também como possibilidade de produção de conhecimentos com mais qualidade, pertinência e relevância. "A ciência é oportunidade da mulher exercer o seu papel de liderança, de questionamento, que lhe foi supostamente tirado no processo de socialização. O espaço científico pode representar, de fato, para muitas mulheres, um espaço de revolução", defendeu Ana Cláudia Farranha, professora da Faculdade de Direito da UnB. Ester Sabino, pesquisadora cujo trabalho no sequenciamento do novo coronavírus teve grande destaque na pandemia, fez relatos contundentes sobre preconceitos e discriminação na avaliação das mulheres cientistas. A Reitora Ana Beatriz também participou da mesa, destacando como se vê no papel, enquanto dirigente mulher, não só de fomentar o debate, mas de incomodar, por exemplo ao evidenciar junto aos colegas homens a baixa participação de mulheres em mesas e outros espaços de eventos acadêmicos.
Representantes de coletivos discentes da UFSCar conduziram a mesa "UFSCar sem machismo: as pautas discentes e das pesquisadoras de pós-graduação". Em outro momento, a participação das servidoras TAs debateu os desafios da pesquisa pela categoria. Desafios também foram o foco de mesas que abordaram a presença da comunidade LGBTQIAPN+ na Universidade e o binômio maternidade-pesquisa.
Uma matéria completa sobre o evento pode ser acessada no canal UFSCar Oficial no YouTube.
Observatório
O Observatório Mulheres UFSCar - Equidade, Pesquisa, Universidade surge com os objetivos de observar, levantar dados, estudar e buscar meios de implementar, dentro da UFSCar, políticas de equidade de gênero, com inclusão social, entre todas as categorias (discentes e servidoras docentes e técnico-administrativos), que privilegiem o respeito à diversidade, sob todos os aspectos. A concepção que orienta o trabalho é que a implementação de políticas de equidade é uma construção coletiva e, também, deve possibilitar a multiplicação de experiências não só dentro, mas também fora da UFSCar Inicialmente, os eixos estabelecidos para o Observatório são: Pesquisa; Extensão; Arte e Cultura; Comunicação; Carreira e Equidade; e Prevenção e combate à violência. Neles, a busca será por reunir as pessoas interessadas em pautas comuns. "Em breve, teremos o lançamento do site e, por lá, cada pessoa poderá escolher o eixo com o qual se identifica e participar das reuniões", explica Diana Junkes. Por enquanto, todas as ações do Observatório podem ser acompanhadas no Instagram (@observatoriomulheres.ufscar)