Técnica foi desenvolvida e aperfeiçoada no IFSC/USP
Após 20 anos de pesquisa e desenvolvimento, o
Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP) atinge uma grande vitória. O
CONITEC- Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema
Único de Saúde ( SUS), acaba de recomendar ao Ministério de
Saúde a incorporação da Terapia Fotodinâmica (TFD), técnica desenvolvida e
aperfeiçoada pela Universidade de São Paulo para ser adotada como tratamento
para câncer de pele no sistema único de saúde. Serão milhares ou mesmo milhões
de pessoas que agora poderão ser beneficiadas por esta adoção, se aprovada pela
secretaria do SUS. O câncer de pele é o tipo mais frequente de câncer no
Brasil, com várias centenas de novos casos por ano e uma enorme fila de espera
para a realização dos procedimentos cirúrgicos.
O Prof. Vanderlei Bagnato, coordenador da equipe do
IFSC/USP, salienta esta conquista. “Nosso trabalho de mais de vinte anos,
grandemente custeado pelo povo Brasileiro através do fomento e projetos, fica
recompensado em poder retornar de forma amplificada um grande ganho para a
sociedade”.
FAPESP, CNPq, BNDES e Embrapii são órgãos que
acreditaram e financiaram a iniciativa, sendo que o projeto contou com diversas
gerações de estudantes, participação de médicos e, principalmente, a cooperação
com empresas que já produzem os equipamentos e medicamentos necessários para
que fosse possível chegar a este ponto. A técnica simplifica os procedimentos e
permite tratar de forma rápida e segura lesões iniciais para que não evoluam
até chegar ao ponto onde somente a cirurgia poderá resolver.
Atualmente, no IFSC/USP, a equipe é composta pelo
Prof. Bagnato, a Profa Cristina Kurachi, a médica Dra. Gabriela Salvio, a
Profa. Hilde Buzza (atualmente no Chile) as pesquisadoras Dra. Natalia Inada e
Lilian Moriyama, além dos pós doutores
Michelle Requena , Mirian Stringasci e
José Dirceu Vollet Fiho. Muitas gerações de alunos e pesquisadores que
passaram pelo IFSC/USP, ou que colaboraram em outras instituições, ajudaram a
produzir a técnica de TFD que elimina a tumoração de pele não melanoma em mais
de 93% dos casos tratados com simples aplicação não cirúrgica.
Para todos os membros da equipe, esta incorporação
poderá mudar a forma de se lidar com o câncer de pele não melanoma no Brasil,
promovendo tratamento simples e de baixo custo, enquanto as lesões ainda são
pequenas, evitando sua evolução e complicações posteriores. “Esperamos que a Secretaria
do Ministério da Saúde acate com rapidez a recomendação do CONITEC para que
possamos de fato iniciar o benefício à população brasileira de forma mais ampla
e efetiva. Fazer ciência é bom e quando vem com responsabilidade social é ainda
melhor” afirma Bagnato.