O vereador Azuaite Martins de França defendeu “uma punição exemplar ao deputado federal Eduardo Bolsonaro, pelo deplorável discurso de ódio contra professores”. No último domingo, durante um evento pró-armas em Brasília, o parlamentar comparou professores a traficantes de drogas.
“A diarreia verbal do deputado, marca de sua militância extremista de marcante inspiração nazifascista, desta vez extrapolou todos os limites”, disse o vereador, vice-presidente do Centro do Professorado Paulista e presidente da Comissão de Educação da Câmara de São Carlos.
“A intenção evidente do deputado foi instigar a violência contra professores”, avaliou Azuaite. “Ao confundir imunidade parlamentar com impunidade, porém, ele se esqueceu de olhar no calendário; o tempo de suas bravatas proferidas sob a proteção do estado bolsonarista já passou. O povo brasileiro escolheu outro caminho, o da paz e da Democracia. O caminho da educação, da cultura e da ciência”.
Azuaite disse que o Brasil já deixou para trás “aqueles que flertavam com o obscurantismo e voltou a olhar a educação como um pilar para a construção de um país civilizado”. “Na verdade, o país está sendo reconstruído sobre os escombros de civilidade deixados pela tempestade de ódio e ignorância que soprou de 2019 a 2022”.
Ao pedir respeito aos professores “ trabalhadores que, de norte a sul deste país, desafiam as dificuldades – entre elas baixa remuneração, escasso reconhecimento e mais recentemente, risco à integridade física”, o vereador assinalou que os educadores realizam todos os dias a tarefa grandiosa de educar aqueles que assumirão postos de trabalho e liderança num futuro próximo. “São sabedores de que educar um povo significa libertá-lo”.
A seu ver, “Eduardo Bolsonaro deseja um país aculturado, por isso insufla uma plateia de seguidores sob seu comando a perseguir os professores; estimula o ódio e acende o pavio da violência. Tal atitude sórdida, vinda de um agente público com assento no Congresso Nacional, configura absoluta quebra de decoro parlamentar. Não pode ser tolerada”.
“Ainda que uma parcela dos brasileiros ainda faça coro à aberração do modelo político – felizmente derrotado – que Eduardo Bolsonaro representa, suas diatribes e arroubos de filhote de pseudo ditador acovardado já não encontram eco na maioria da população”, disse o dirigente do Centro do Professorado Paulista.
Ele reiterou que a escola merece respeito, e o professor não pode ser atacado em sua dignidade em momento nenhum. “Criar polêmica para manter um ambiente conflagrado e polarizado só serve àqueles que, vivendo de mentiras e sob o império do mal, há pouco se imaginavam acima da lei, mas hoje têm no seu encalço a Justiça e as portas da cadeia”, acrescentou.
Azuaite disse esperar que a Polícia Federal, a Procuradoria Geral da República analisem o ataque de Eduardo Bolsonaro e que o parlamentar seja levado ao Conselho de Ética da Câmara dos Deputados. “Uma punição rigorosa é o que merece quem prega o ódio e tão estupidamente desmerece educadores”, concluiu.