O prefeito Edinho anunciou, na terça-feira (11), em live transmitida em suas redes sociais, o projeto das obras de recuperação dos canais fechados e abertos da Avenida Maria Antônia Camargo de Oliveira, a Via Expressa, incluindo recuperação e construção de novas pontes, e a maior obra de macrodrenagem do município, com construção de quatro lagos para retenção de águas das chuvas.
O projeto da ordem de R$ 143 milhões, sendo 1% de contrapartida do município, foi autorizado pelo Ministério das Cidades. Em telefonema para Ministro Jader Barbalho Filho, Ministro das Cidades, o próprio presidente Luiz Inácio Lula da Silva liberou os recursos.
Esse investimento, que seria impossível com recursos próprios do município, irá resolver o problema histórico de alagamentos da Via Expressa para os próximos 100 anos, segundo afirmou o engenheiro Pedro Ivo de Almeida Santos, que comandou a equipe que elaborou os estudos e projetos. Pedro Ivo é um dos maiores especialistas de macrodrenagem do Brasil e foi contratado pela Cutrale SA, que doou os estudos e projeto para a Prefeitura de Araraquara.
Serão necessárias obras de melhorias nos canais do Ribeirão do Ouro, Córrego da Servidão, Córrego Capão do Paiva, emissário de Esgoto Bruto ao longo do Ribeirão do Ouro e em nos sifões invertidos. Confira abaixo as intervenções previstas no projeto executivo.
De acordo com Edinho, os estudos começaram logo após os problemas graves com as enchentes do final do ano passado, quando o prefeito Edinho agiu rápido e conseguiu recursos dos governos federal e estadual, somando R$ 10 milhões, que garantiram a recuperação dos pontos mais prejudicados.
“O problema na Via Expressa é histórico. São muitos bairros novos desde a década de 80, que foi quando a Via Expressa foi construída. Toda a água das áreas que foram impermeabilizadas com novas construções desce para o Córrego da Servidão. Água que cai da SP-255, região do Parque São Paulo, Yolanda Ópice, Vila Xavier e Melhado, desce para a Via Expressa. Se pegarmos lá da 16, no Santana, a água também cai aqui”, aponta o prefeito. “O estudo concluiu que não há risco da Via Expressa afundar, cair. Isso já tinha sido apontado pelos engenheiros da Prefeitura, mas é necessária uma intervenção não invasiva, de fora a fora. Ou seja, não vamos rasgar a Via Expressa, mas será feita a recuperação das paredes dos tubos, onde há desgaste, com injeção de concreto. E esse estudo foi feito pela tecnologia mais sofisticada que temos hoje em termos de engenharia, por meio de scanner a laser, enxergando cada metro dos tubos”, acrescentou.
A liberação dos recursos foi articulada por Edinho junto ao presidente Lula. Na última quinta-feira (6), em reunião em Brasília, Edinho explicou a ele a necessidade das obras. “ Na hora o presidente Lula ligou para o Ministro Jader Barbalho Filho [Ministro das Cidades] e disse que queria que o problema de enchente em Araraquara fosse resolvido. Saí de Brasília na quinta com a autorização do presidente e, no dia seguinte, sexta-feira cedo, o Ministro Jader já havia autorizado no sistema a elaboração da obra de forma integral. Ontem [dia 10] nos reunimos com a CAIXA e nesta quinta (13) retorno a Brasília, para que a gente saia de lá já com a autorização da nota de empenho. Ou seja, para que os 143 milhões sejam empenhados e para que eu volte para Araraquara e faça a licitação. Vamos precisar depois da autorização dos órgãos de fiscalização para que a obra possa ser iniciada, mas vamos trabalhar isso também. Essa obra vai mudar efetivamente a cidade de Araraquara. Quero agradecer muito a Cutrale, que nos doou o projeto e com isso antecipou pelo menos seis meses do processo e ao presidente Lula, que mais uma vez, mostra todo seu carinho com a nossa população autorizando uma obra desse montante que certamente o município não teria condições de fazer”, finalizou o prefeito.
Intervenções previstas no projeto executivo
O projeto executivo prevê, entre as obras de macrodrenagem do canal do Ribeirão do Ouro, a reconstrução do canal da Via Expressa, em toda a sua extensão que passa atrás do Terminal Rodoviário, até a avenida Domingos Zanin. Prevê ainda a construção de três novas pontes, na Rua Capitão José Sabino Sampaio, na saída da Cutrale; na Rua Walter Rodrigues Mourão, na ponte que vai para o residencial dos Oitis, e na Rua Imaculada Conceição. Ainda no canal do Ribeirão do Ouro, será realizado aprofundamento das fundações da ponte da Via Expressa em frente ao antigo Tropical Shopping, da ponte na Rua Miguel Cortez e da ponte da Avenida Domingos Zanin.
Uma quarta ponte também será construída na Via Expressa, sobre o Córrego no Capão do Paiva, com instalação de 2 linhas de aduelas. No local, que é ligação da Via Expressa com a Domingos Zanin, entrada da cidade pela Via Expressa, pouco antes do Terminal Rodoviário, o Capão do Paiva se encontra com o Ribeirão do Ouro. Trata-se de ponto de risco, de alagamento nos períodos de chuvas fortes, porque a tubulação é antiga e estreita, sendo necessário o aumento da vazão com instalação de duas linhas de aduelas.
E ainda será feita a ampliação da travessia sob a SP-310, na rodovia Washington Luís, com implantação de 3 linhas de aduelas, também por método não destrutivo. Ali o Córrego do Ouro passa embaixo da WL.
O projeto também aponta a construção de quatro reservatórios de detenção de cheias ou lagos de retenção. Três delas no Ribeirão do Ouro, em áreas localizadas entre a Vila Renata e o Yolanda Ópice, no Parque São Paulo e a terceira numa área triangular localizada entre o Parque São Paulo, Abdo Najm e SP-310.
E o quarto e maior reservatório de detenção de cheias no Córrego da Servidão, de 120 metros de extensão, será construído em área da Rumo, na altura do antigo pátio de manobras, na Via Expressa. A construção deste lago de retenção vai marcar o início do projeto do Parque dos Trilhos que deverá ocupar aquela área.
Também constam no projeto obras de esgotamento sanitário no Ribeirão do Ouro, com remanejamento do emissário de esgoto bruto e remanejamento de dois sifões invertidos; obras de ampliação do canal do Córrego da Servidão na Via Expressa, e implantação de poços de inspeção ao longo do canal para criar mais pontos de acesso, assim como recuperação das lajes de fundo, paredes, revestimentos e patologias do canal do córrego da Servidão.
PMA