Também serão homenageados reitores eleitos e não empossados, movimentos estudantis e sindicais


A Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) aprovou, a partir do Conselho Universitário (ConsUni), a criação de três memoriais: Memorial pelas vítimas da Covid-19, Memorial de reitores eleitos e não empossados e Memorial em defesa da democracia, dos movimentos estudantis e sindicais. "A concepção desses memoriais, aprovados pelo ConsUni, é uma iniciativa fundamental para que a UFSCar não se esqueça desses eventos que marcaram de forma bastante negativa nosso passado recente. Manter essa lembrança viva é estratégico para evitar que tragédias dessa natureza se repitam. Ao aprovar as criações, a UFSCar demonstra seu compromisso histórico com a ciência, com a democracia e o estado democrático de direito, reconhecendo o importante papel dos movimentos sociais na busca por uma sociedade mais justa e menos desigual", ressalta Ana Beatriz de Oliveira, Reitora da Instituição. O formato de cada um dos memoriais será elaborado e apresentado à comunidade antes de suas execuções.
A proposta do Memorial pelas vítimas da Covid-19 foi concebida pelo Comitê Gestor da Pandemia da própria UFSCar. "Não tivemos nenhuma morte de servidores ativos e nem de terceirizados que estivessem em exercício na UFSCar. Isso é resultado do esforço institucional, do cuidado bem planejado que tivemos para as atividades presenciais. Mesmo assim, queremos homenagear os 10 servidores aposentados e outros integrantes da comunidade acadêmica que faleceram vítimas da pandemia. Seus nomes estarão escritos nesse memorial. Porém, naturalmente, será uma homenagem a todas as milhões de pessoas que perderam a vida por causa da Covid-19", afirma Maria de Jesus Dutra dos Reis, Vice-Reitora da UFSCar.
Inspirada nessa proposta, a Reitoria da UFSCar também encaminhou ao ConsUni a sugestão da criação de um Memorial para registro dos reitores eleitos e não empossados ao longo da história da Universidade, o que ocorreu com William Saad Hossne, em 1982, e Adilson de Oliveira, em 2020. "Nos ajuda a evidenciar a importância de garantir a legitimidade e o respeito aos processos democráticos no ambiente universitário e a preservação dos direitos acadêmicos. Através desses memoriais, a UFSCar se posiciona como uma instituição comprometida em manter a história viva e utilizar o conhecimento adquirido para lutar por um futuro melhor. Foi essa memória, incorporada aos processos democráticos internos, que protegeu a UFSCar de uma nova intervenção em 2020. Essa história não pode se perder", defende a Reitora.
Já a ideia do Memorial em defesa da democracia, dos movimentos estudantis e sindicais, partiu do Sindicato dos Docentes em Instituições Federais de Ensino Superior dos Municípios de São Carlos, Araras, Sorocaba e Buri (AdUFSCar). Ao apresentar e defender a proposta da AdUFSCar, Paula Regina Mendes da Silva Serrão, representante docente no ConsUni e integrante da atual Diretoria da AdUFSCar, lembrou dos episódios recentes de criminalização do movimento estudantil e da perseguição a sindicatos: "Isso vai contra os processos democráticos. Não podemos permitir que isso ocorra novamente. A representação das categorias é de extrema importância para nossa Instituição", disse. "Ao criar esse memorial, a universidade se opõe a quaisquer formas de perseguição, reafirmando respeito às entidades representativas e aos movimentos sociais, compromisso com a liberdade de expressão e a defesa dos direitos dos trabalhadores", completa a Reitora da Universidade.

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