O governador Tarcísio de Freitas assinou na terça-feira
(25) o acordo que inclui São Paulo no Pacto pela Governança da Água, coordenado
pela Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA). Agora, São Paulo é o
primeiro estado do Sudeste a aderir à iniciativa que visa fortalecer a gestão e
a regulação dos recursos hídricos, além de aprimorar a política de segurança de
barragens no território paulista.
“Eu entendo que este Pacto vai ao encontro daquilo que a
gente está fazendo em São Paulo e muito alinhado às diretrizes de governo, ou
seja, temas fundamentais como gestão de recursos hídricos, saneamento e
segurança de barragens. E também há a nossa preocupação em tornar os municípios
mais resilientes e a perseguição obstinada da universalização”, afirmou
Tarcísio. A parceria também permite o compartilhamento das bases de dados do
Estado e da ANA e o aperfeiçoamento dos sistemas locais de monitoramento.
A iniciativa faz parte do compromisso da gestão estadual
para colocar em prática os 17 objetivos da Agenda 2030 da ONU de
Desenvolvimento Sustentável, nos quais a água é elemento central.
No território paulista, a gestão das águas é feita pelo
Departamento de Águas e Energia Elétrica (DAEE), autarquia vinculada à
Secretaria de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística. “A adesão ao Pacto
fortalece o papel do DAEE em um momento em que estudamos transformá-lo na SP
Águas, agência para valorizar, ainda mais, os papéis de regulação e de
fiscalização do departamento”, pontuou a secretária da pasta, Natália Resende.
A parceria vai permitir que o Governo de São Paulo aproveite
a experiência e desenvolvimento da ANA em sistemas eletrônicos de gestão e
monitoramento. Um deles é o Hidroweb, que passará a apresentar mais 96 postos
telemétricos com informações em tempo real de medição hidrometeorológica, a
partir de agosto. Isso representa um acréscimo de mais de 10% dos postos em
operação em São Paulo.
A ferramenta digital apresentará os níveis dos principais
cursos d’água do estado e os dados pluviométricos. Além dos postos
telemétricos, os índices históricos de 2,6 mil pontos de controle de chuvas e
vazões em rios, operados pelo DAEE, também podem ser visualizados. Deste
montante, cerca de 900 estão atualmente em operação.
O território de São Paulo é dividido em 22 Unidades
Hidrográficas de Gerenciamento de Recursos Hídricos, das quais duas já
consideradas críticas em termos de disponibilidade hídrica natural. Esta
divisão leva em consideração critérios hidrológicos, ambientais,
socioeconômicos e administrativos. Para possibilitar outras análises, desde
2004 há uma divisão em sete regiões hidrográficas estaduais, nomeadas por seus
rios estruturantes, que também são conhecidas por “vertentes”.
“O estreitamento da relação e a troca de informações serão
essenciais para a tomada das melhores decisões, tanto em tempos de seca quanto
na época de chuvas intensas. Cada região apresenta desafios e características
particulares em função do clima, vegetação, geologia, geografia, ocupação,
densidade populacional e, principalmente, disponibilidade hídrica. É nesse
contexto que a regulação se faz necessária para garantir água para todos os
usos, de forma sustentável.” explica Mara Ramos, superintendente do DAEE.
A aproximação entre o Governo do Estado e a ANA vem sendo
desenvolvida desde o começo de 2023. Em março, durante a Conferência da ONU
sobre Água, em Nova York, a Secretaria de Meio Ambiente, Infraestrutura e
Logística, o DAEE e a ANA já haviam iniciado as tratativas para a assinatura do
acordo. Na ocasião, houve a formalização de um protocolo de intenções no Dia
Mundial da Água, celebrado em 22 de março.