Lavar calçadas, quintais e veículos, eleva valor da tarifa, reduz volume de reservatórios e abre a ‘torneira do desperdício’.


Nesse período de estiagem e baixa umidade relativa do ar, com índices ao redor de 20 e 30%, quando o ideal são 60%, lavar calçadas, garagens, quintais, telhados, cômodos e veículos com mangueiras pode ser uma atitude com consequências severas a curto prazo. Afinal, a água potável que é esbanjada ou desperdiçada agora pode fazer falta em um futuro bem próximo. Segundo a OMS – Organização Mundial da Saúde, o uso consciente por habitante para atender as necessidades básicas de consumo e higiene, é por volta de 3,3 mil litros por ano, ou o equivalente a 110 litros por dia. No Brasil, ainda de acordo com dados da ONU, cada habitante usa, em média, 200 litros por dia, quase o dobro da quantidade recomendada.

CALÇADA/280 LITROS DE ÁGUA - Ao lavar uma calçada com mangueira durante 15 minutos, quando a pressão da água é razoável e moderada, segundo especialistas, o consumo pode chegar por volta de 250 litros. Ou seja: você terá ultrapassado o dobro da sua cota per capita/dia estimada pela OMS, além de pagar por esse excesso na tarifa e promover desperdício também. A limpeza da calçada deve, tradicionalmente, ser feita pela varrição (o uso da boa e velha vassoura) a não ser nos casos em que a água utilizada para essa finalidade de lavagem seja de reuso, de poço ou de aproveitamento da água da chuva. Outras opções para substituir a mangueira são o balde e o regador de plantas.

USO CONSCIENTE DA ÁGUA - Nesse período de ausência prolongada de chuva, as 2 captações superficiais, 34 subterrâneas, e 71 reservatórios de água em São Carlos não sofrem uma queda significativa do volume. Mas é prudente e sensato que o comportamento de cada morador, cada usuário, por causa de excessos, não provoque impacto na coleta, armazenamento, tratamento e distribuição. Em função disso, o Serviço Autônomo de Água e Esgoto de São Carlos (SAAE) orienta a população para a postura que deve existir o ano inteiro mas, principalmente, nesse instante crítico de tempo muito seco: o uso cada vez mais consciente, racional e justo da água.

 O presidente do SAAE, Engenheiro Mariel Olmo, alerta que cada um de nós pode e deve fazer a sua parte no esforço coletivo. “Não podemos, em hipótese alguma, colocar nossa riqueza hídrica em risco. O fato de estarmos, em São Carlos, bem abastecidos pelas nossas fontes naturais (Monjolinho/Espraiado, Feijão e Aquífero Guarani), não nos dá o direito de sermos gastadores, esbanjadores desse recurso que, sabemos, é finito. Nossa responsabilidade, no presente, é o que garantirá nossa qualidade de vida, no futuro. Vale lembrar que em algumas cidades paulistas onde o desperdício chegou ao descontrole em períodos de crises hídricas, foi necessário aprovar aplicação de multas para frear o exagero”.

DICAS/ ORIENTAÇÕES - A Sabesp, maior empresa de saneamento do Brasil e uma das maiores do mundo, além de outras privadas, como a BRK por exemplo, sempre mantêm em seus sites e informativos diversos, dicas e orientações que  ajudam bastante para uma mudança de comportamento e hábito para entrar em sintonia com o que pede, sugere e exige a atual agenda global do meio ambiente. Observe algumas:

Banho – 5 minutos são suficientes. Banho de ducha por 15 minutos, com o registro meio aberto, consome 135 litros de água. Se você fechar o registro ao se ensaboar, e reduzir o tempo do banho para 5 minutos, seu consumo cai para 45 litros. A redução é de 90 litros de água, o equivalente a 360 copos de água com 250 ml. 

Lavar o rosto -Em 1 minuto, com a torneira meio aberta, uma pessoa gasta 2,5 litros de água. O mesmo vale para o barbear: em 5 minutos gastam-se 12 litros de água. Com economia, o consumo cai para 2 a 3 litros. A redução é de 10 litros de água, suficiente para manter-se hidratado por pelo menos 5 dias.

Lavar a louça -  Antes de lavar a louça, retire os restos de comida com o apoio de um guardanapo ou toalha de papel e ensaboe todas de uma só vez, com a torneira fechada. Depois, faça o enxágue. Outra dica é lavar os utensílios menos engordurados primeiro. Assim, a gordura não se espalha para os outros itens.

Máquina de lavar - O ideal é usar a máquina sempre cheia e em ciclos completos de lavagem. Para isso, acumule mais roupas para lavar tudo de uma vez. Alguns eletrodomésticos mais modernos também oferecem um modo econômico, que gasta até 30% menos água e energia. 

Vaso sanitário - Um vaso sanitário com válvula e tempo de acionamento de 6 segundos gasta cerca de 12 litros. Quando a válvula está defeituosa, pode chegar a gastar até 30 litros. Por esta razão, deve-se manter a válvula da descarga sempre regulada, consertando-se os vazamentos assim que forem notados.  Desde 2001 há no mercado vasos sanitários que gastam apenas 6 litros por descarga, e vasos sanitários com caixas acopladas que gastam entre 3 e 6 litros por descarga, dependendo da finalidade de sua utilização. Sempre que possível, deve-se substituir os vasos sanitários antigos pelos atuais, muito mais econômicos. O valor gasto na substituição é compensado pela redução do consumo e, consequentemente, da conta de água. 

Infiltrações e vazamentos - Goteiras e manchas na parede são indícios que aparecem quando problemas maiores já se instalaram há mais tempo. Outros sinais são mofo, pintura com bolhas, pintura com aspecto umedecido e bolor. Nesses casos, o ideal é buscar ajuda especializada

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