O vereador Azuaite Martins de França participou do seminário “A Violência no âmbito Escolar: Construindo Caminhos para a Convivência Positiva”, realizado no último dia 11 no Salão Nobre da Câmara Municipal de São Paulo. O evento foi promovido pelo vereador paulistano Eliseu Gabriel (PSB) em parceria com o Centro do Professorado Paulista (CPP), e contou com presenças de Cesar Callegari, sociólogo e consultor educacional e presidente do Instituto Brasileiro de Sociologia Aplicada, da professora Telma Vinha, pedagoga e doutora em Educação pela Unicamp, e Rogerio Gonçalves da Silva, diretor da divisão de gestão democrática e programas intersecretarias da Secretaria Municipal de Educação da Câmara Municipal de São Paulo.
Como segundo vice-presidente do CPP e presidente da Comissão de Educação da Câmara de São Carlos, Azuaite destacou a importância do evento principalmente para os profissionais da Educação que estão no dia a dia das escolas. “A violência está intrínseca em nossa sociedade. Não são apenas professores, educadores, diretores que lidam com ela todos os dias, mas todos. Foi importante este debate para buscarmos conhecimento, saber o motivo pelo qual temos sofrido tantos ataques à escolas. A conclusão é que essas pessoas querem destruir a função da escola, pois a escola é sim transformadora, é a chave de toda transformação possível de uma sociedade”, declarou, alertando que “não adianta ser contra a violência, nós precisamos ser militantes do combate à violência”.
No entendimento do vereador e professor Eliseu Gabriel, a escola deve ser um ambiente privilegiado de aprendizagem e de desenvolvimento integral dos estudantes. “O objetivo do seminário foi o de pensar na promoção de escolas mais seguras e inclusivas, onde a violência seja reduzida e a convivência positiva seja incentivada”.
Cesar Callegari observou que “o que acontece em muitas escolas é o silenciamento de alunos e professores. Então, quando você mobiliza múltiplas formas de expressão e a escola se coloca para ouvir, a gente consegue entrar em um acordo democrático e participativo para que a escola seja mais segura”.
A palestrante Telma Vinha apresentou dados sobre o tema, informando que desde 2001 até junho de 2023, foram contabilizados 33 ataques às escolas em todo o Brasil, sendo que 54,54% desses ataques foram realizados entre fevereiro do ano passado e junho deste ano. Desses números são 130 vítimas, sendo 97 pessoas feridas e 33 pessoas que perderam a vida (sendo 27 alunos, 4 professores e 2 especialistas).
Nos dados apresentados, o número de mortes com armas de fogo é quase total, sendo responsável por 99%, sendo que das 34 escolas são 15 estaduais, 13 municipais e 6 particulares. A faixa etária dos autores com maior índice de ocorrência é dos 13 aos 15 anos (17 autores), tendo concepções e valores opressores como gatilho motivacional, ocasionado por ideais homofóbicos, misóginos e racistas, indícios de transtornos mentais variados (não diagnosticados ou tratados), sofrimento acentuado, busca de notoriedade, isolamento social, falta de propósito e culto à violência a armas.
“Mapeando todos esses ataques, descobrimos que as vítimas e as escolas não são escolhidas ao acaso. São adolescentes usuários de subcultura extremista existente em fóruns on-line de incentivo à violência, que eles encontram na deep web e em redes sociais como Twitter, Instagram, TikTok (que são abertos) ou comunidades (grupos) como o WhatsApp, Telegram, Discord e Reddit, isso sem falar em jogos violentos em que os usuários conversam entre eles por meio de chat”, disse Telma.
Na audiência do Seminário estiveram profissionais da Educação, estudantes, grêmios e integrantes das Comissões de Mediação de Conflitos da Secretaria Municipal de Educação de São Paulo.