Ação identificou pelo menos 14 golpes diferentes que causaram mais de R$ 30 milhões em prejuízos
A Polícia Civil identificou por meio de 50 inquéritos e irá responsabilizar os criminosos que aplicaram dezenas de golpes financeiros no interior de São Paulo. As investigações apontaram que o grupo criminoso causou um prejuízo que passa de R$ 30 milhões a mais de 3 mil vítimas.
Na quinta-feira (30), policiais de várias cidades do Estado deflagraram a Operação Cyberconnect, coordenada pelo Deinter-5, de São José do Rio Preto. Ao todo, foram cumpridos 167 mandados de busca e apreensão autorizados pela Justiça Paulista em cidades de São Paulo, Tocantins, Paraná e Mato Grosso.
“Esse trabalho vai trazer mais provas para a investigação. A gente busca no final das contas um corpo probatório robusto para que esses criminosos sejam condenados”, afirmou o secretário da Segurança Pública, Guilherme Derrite. "Esta megaoperação é um marco no combate a essa modalidade criminosa. Até então, as investigações contra esses crimes eram feitas de forma difusa, o que dificultava a repressão. Com essa operação conjunta, a inteligência da polícia vai poder identificar as quadrilhas que agem no ambiente cibernético e causam prejuízo a milhares de pessoas”, completou o secretário.
Os policiais aprofundaram as investigações nos últimos três meses a partir dos boletins de ocorrências registrados no sistema da Polícia Civil. A partir dos dados, foi possível levantar as informações dos golpistas envolvidos nesses casos. “Isso vai permitir responsabilizar as pessoas que estavam praticando os crimes. Estamos trazendo para os autos os patrimônios das pessoas envolvidas nessas práticas para que no futuro as vítimas possam ser ressarcidas, dando uma resposta à sociedade”, explicou o diretor José Luiz Ramos Cavalcanti, delegado do Deinter-5, de São José do Rio Preto.
Conforme as autoridades, desde então foram realizadas análises sobre os casos verificados e a polícia constatou a necessidade de substituir o modelo tradicional de investigação isolada. “Isso não daria certo nessa operação, por isso, aplicamos essa nova técnica para fazer uma análise mais abrangente para poder conectar esses vários casos e levar os criminosos a julgamento”, informou o delegado Everson Aparecido Contelli, delegado Seccional de Fernandópolis.
Identificação dos crimes praticados
No levantamento realizado pela Polícia Civil de São José do Rio Preto foram identificados inicialmente pelo menos 14 crimes diferentes relacionados a golpes utilizando meios virtuais. A maioria dos crimes é relacionada ao golpe do motoboy, com 48 casos. Também há fraudes relacionadas ao falso boleto de energia elétrica, com 25 relatos registrados.
”Os crimes cibernéticos têm aumentado a cada período, não por conta da atuação da polícia, mas por conta do fenômeno que estamos vivendo. A sociedade migrou para outro ambiente e por conta disso estamos sofrendo esse impacto”, analisou o delegado seccional de Fernandópolis.
Nos pedidos encaminhados à Justiça, a Polícia Civil pediu o bloqueio de bens e contas bancárias dos envolvidos nos golpes, além disso, foi solicitada também a aplicação de medidas cautelares contra os suspeitos enquanto as investigações prosseguem. “Os bens ficarão à disposição da Justiça para que no futuro as vítimas possam ser ressarcidas”, explicou Cavalcanti.
Os delegados projetam que haverá novas fases da investigação após a análise dos materiais apreendidos. Pelos 500 equipamentos, entre celulares, notebooks e outros dispositivos eletrônicos foram recolhidos pelos policiais e serão encaminhados para perícia e extração de informações. Além de R$ 74 mil que foram apreendidos.
“Esse tipo de crime se esconde atrás das máquinas, por isso, a necessidade dessas apreensões. Num primeiro momento, não tanto de prisões, mas de apreensões para que esses equipamentos sejam analisados. Vamos perceber que iremos chegar a um número maior de autores envolvidos nas fraudes”, explicou o delegado-geral de Polícia, Artur Dian.