Wilton Marques recebeu prêmio Mário de Andrade por livro sobre juventude de Machado de Assis


O professor Wilton Marques, de Departamento de Letras (DL) da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), foi contemplado com o Prêmio Mário de Andrade, na categoria ensaio literário, promovido pela Biblioteca Nacional. Sua obra - "Machado de Assis e as primeiras incertezas: a formação literária, o poema inédito e o malogro do primeiro livro" - foi publicada em 2022, pela editora Alameda, e ficou em terceiro lugar.  
O livro premiado é focado na juventude de Machado de Assis; a ideia para escrevê-lo nasceu, segundo Marques pontua no prefácio, a partir da (re)descoberta, em março de 2015, de um poema inédito de Machado de Assis - "O grito do Ipiranga" -, datado de 7 de setembro de 1856 e publicado logo em seguida no jornal "Correio Mercantil". "Evidentemente, tal fato inusitado trouxe consigo várias perguntas. E quase todas levavam ao mesmo lugar histórico da iniciação literária do jovem Machado, ao tempo das primeiras incertezas", conta Marques, que é Professor Titular de Literatura Brasileira na UFSCar. "Esse momento da vida do escritor - embora contemplado com um clássico de nascença, 'A juventude literária de Machado de Assis', de Jean-Michel Massa - não tem sido, desde então, objeto de estudos sistemáticos por parte da crítica machadiana", ressalta o docente. 
"O livro se concentrou nos seis primeiros anos da vida literária de Machado de Assis, entre os anos de 1854 e 1860, delimitados pelo intervalo que separa a publicação do primeiro poema no 'Periódico dos Pobres' e a sua entrada para a redação do 'Diário do Rio de Janeiro', o que, inclusive, permitiu uma visada mais aprofundada sobre o período", conta o professor na introdução do livro. "Esse momento da vida literária de Machado de Assis, além de pouco estudado, é carente de mais informações. Nesse sentido, o livro apresenta várias novidades, algumas inéditas. Dentre elas, a história do primeiro mestre do jovem Machado, o poeta português Francisco Gonçalves Braga; o fim do mistério biográfico de sua passagem como revisor pelo 'Correio Mercantil'; a história da primeira 'tradução' poética; a leitura do poema inédito; a precoce consciência literária nos primeiros poemas e textos críticos; os diálogos literários com Álvares de Azevedo e a história do malogrado primeiro livro de poemas, 'O livro dos vinte anos'", completa.
O livro "Machado de Assis e as primeiras incertezas: a formação literária, o poema inédito e o malogro do primeiro livro", pode ser adquirido pelo site da Editora Alameda, em www.alamedaeditorial.com.br/machado-de-assis-e-as-primeiras-incertezas. Saiba mais sobre a obra na matéria do Portal da UFSCar (https://bit.ly/46zFhZ5).

Sobre o Prêmio
Realizado anualmente desde 1994, o Prêmio Literário Biblioteca Nacional contempla autores, tradutores e projetistas gráficos brasileiros, reconhecendo a qualidade intelectual e estética da produção editorial brasileira. São avaliadas publicações nas categorias poesia, romance, conto, ensaio social, ensaio literário, tradução, projeto gráfico, literatura infantil e literatura juvenil. As comissões julgadoras analisam as obras de acordo com critérios como qualidade literária, originalidade, contribuição à cultura nacional, criatividade no uso dos recursos gráficos e excelência da tradução. 
"O recebimento do Prêmio Mário de Andrade para estudos literários da Biblioteca Nacional é obviamente algo bem gratificante. E não apenas pelo reconhecimento do livro em si, mas também porque vai ajudar a dar mais visibilidade para algumas descobertas, até então inéditas, sobre Machado de Assis, como, por exemplo, o caso do poema 'O grito do Ipiranga', a história da primeira 'tradução' machadiana ou ainda a história do que poderia ter sido o seu primeiro livro de poemas e que se chamaria 'O livro dos vinte anos'", declara o professor da UFSCar.
Confira as informações, incluindo a lista completa das obras premiadas com o Prêmio Mário de Andrade, no site https://bit.ly/3RgYomq.

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