Uma pesquisa do Fórum Nacional de Prevenção e Erradicação do
Trabalho Infantil aponta que o Brasil registra números crescentes desta forma
de atividade, em especial entre as crianças mais novas.
De acordo com o estudo, o trabalho infantil entre as
crianças de 5 a 9 anos cresceu de 106 mil em 2016 para 132 mil em 2022, e é
mais frequente entre pessoas negras. A análise foi lançada nesta quarta-feira
(12), Dia Mundial de Combate ao Trabalho Infantil, e tem como base dados do
IBGE.
Katerina Volcov, secretária-executiva do Fórum Nacional de
Prevenção e Erradicação do Trabalho Infantil, ressalta a gravidade desta forma
de trabalho.
“É uma grave violência e violação de direitos da infância e
da adolescência. O trabalho infantil acarreta prejuízos físicos, emocionais,
psíquicos, na infância dessas crianças, nas adolescências brasileiras”.
A pesquisa também revela que a proporção de crianças e
adolescentes em trabalho infantil é três vezes maior em áreas rurais que em
urbanas. Entre as atividades exercidas estão agricultura, criação de gado,
afazeres domésticos e cuidados. Katerina Volcov destaca algumas das piores
formas de trabalho infantil.
“São mais de noventa, mas a gente pode pensar no trabalho
infantil doméstico, que é imensamente naturalizado nas casas brasileiras. A
gente tem o trabalho infantil nos lixões, o trabalho infantil nas ruas”.
Além disso, a secretária-executiva ressalta que muitos
desses trabalhos colocam as crianças em risco de vida.
“A gente tem casos de mortes de crianças e adolescentes por
conta do manuseio de objetos pontiagudos, cortantes, perfurantes. A gente tem o
problema do manuseio de agrotóxicos”.
Ainda segundo a análise, tanto em termos absolutos quanto
relativos, os meninos estão mais expostos as piores formas de trabalho. Para
Katerina, é essencial sensibilizar a população para que denuncie o trabalho
infantil.
POR AGÊNCIA BRASIL