O espetáculo Encantado acontece no dia 19 de junho, quarta-feira, às 20h, com venda de ingressos no ginásio de eventos do Sesc.
 

O espetáculo
SÃO CARLOS/SP - Como encantar o que nos cerca, imagens, danças e paisagens e transformá-las em nossos corpos e ideias? Como nos acoplarmos, nós e o ambiente, em arranjos variados? Como ir ao encontro de seres viventes em toda a sua diversidade, criando aglomerações e agrupamentos, engendrando entidades que se encantam e se desencantam numa ciranda sem fim?
A palavra "encantado", do latim incantatus, designa algo que é ou foi objeto de encantamento ou de feitiço mágico. Também é sinônimo de maravilhado, deslumbrado ou fascinado uma expressão de cumprimento social.

No Brasil, encantado tem ainda outros sentidos. O termo se refere às entidades que pertencem a modos de percepção do mundo afro-indígenas. Os encantados, animados por forças desconhecidas, transitam entre céu e terra, nas selvas, nas pedras, em águas doces e salgadas, nas dunas, nas plantas, transformando-os em locais sagrados. São seres que atravessam o tempo e se transmutam em diferentes expressões da natureza. Não experimentaram a morte, mas seguiram em outro plano, ganhando atribuições mágicas de proteção e de cura.

Deste modo, as ações predatórias que ameaçam a vida na Terra, a destruição sistemática das florestas, dos rios e dos mares impactam também a existência dos Encantados. Não há como separar os encantados da natureza ou a natureza desses seres. Como encantar nossos medos e nos colocarmos no coletivo, próximos uns dos outros? Como entrar em encantamento e nos acoplarmos, nós e o ambiente, em arranjos variados e ir ao encontro dos seres viventes em toda a sua diversidade?

O espetáculo estreou em 2021 no Festival d’Automne de Paris, fazendo temporada em dois teatros da capital francesa, o Teatro Nacional de Chaillot e o Le 104, dos quais a coreógrafa é artista associada. No Brasil, a montagem foi apresentada pela primeira vez no Sesc Pinheiros, no ano seguinte. A produção surgiu no contexto da crise sanitária provocada pela pandemia de Covid-19 e nasceu do desejo de usar a magia e a encantação como guias para conduzir o processo criativo durante esse período dramático

A Companhia

A Lia Rodrigues Companhia de Danças fundada em 1990 tem se dedicado a promover a reflexão e o debate sobre a arte contemporânea, além de formar e informar novas artistas. Com atividades constantes, como aulas, ensaios e criação artística, a Companhia se apresenta em diversos estados brasileiros e em vários países, consolidando sua influência nacional e internacional.m 2003, Lia foi convidada por Silvia Soter a colaborar com a Redes de Desenvolvimento da Maré, estabelece suas atividades no Morro do Timbau, onde oferece aulas e oficinas gratuitas para jovens da comunidade e doa acervos de vídeos e livros sobre dança. Em 2007, expandiu suas ações ao criar o Centro de Artes da Maré na comunidade da Nova Holanda, um espaço destinado à formação, criação e difusão das artes, que também abriga a Escola Livre de Dança da Maré.

Além de suas próprias criações artísticas, a Companhia organiza palestras, debates e workshops, e apoia artistas e companhias independentes, contribuindo significativamente para o fortalecimento da dança contemporânea.

Lia Rodrigues é artista associada do Théâtre National de Chaillot e do Le 104, ambos em Paris. Ganhou do governo francês a medalha de Chevalier des Arts et Lettre e recebeu o prêmio da Fundação Prince Claus, da Holanda, por seu trabalho artístico e social. Também foi agraciada, entre outras premiações, com o AFIELD Fellowship, por sua iniciativa no Centro de Artes da Maré.

 

Ficha técnica

Criação: Lia Rodrigues. Dançado e criado em estreita colaboração com: Leonardo Nunes, Carolina Repetto, Valentina Fittipaldi, Andrey Da Silva, Larissa Lima, Ricardo Xavier, Joana Lima, David Abreu, Matheus Macena, Tiago Oliveira, Raquel Alexandre. Assistente de criação: Amália Lima. Dramaturgia: Silvia Soter. Colaboração artística e imagens: Sammi Landweer. Criação de luz: Nicolas Boudier com assistência técnica de Baptistine Méral e Magali Foubert. Montagem e operação de luz: Jimmy Wong. Trilha sonora/mixagem: Alexandre Seabra (a partir de trechos de músicas do povo GUARANI MBYA / aldeia de Kalipety da T.I. Tenondé Porã, cantadas e tocadas durante a marcha de povos indígenas em Brasília em agosto e setembro de 2021 contra o marco temporal, uma medida inconstitucional, que prejudica o presente e o futuro de todas as gerações dos povos indígenas). Produção e difusão: Colette de Turville com assistência de Astrid Toledo.

Administração França: Jacques Segueilla. Produção Brasil: Gabi Gonçalves / Corpo Rastreado. Produção e idealização do projeto Goethe Instituto: Claudia Oliveira

Secretária: Gloria Laureano. Professores: Amalia Lima, Sylvia Barretto, Valentina Fittipaldi

 

Serviço:

Data: dia 19 de junho, quarta-feira.

Horário: 20h.

Ingressos: R$ 40,00 inteira / R$ 20,00 meia entrada / R$ 12,00 Credencial Plena. Lugares Limitados. 16 anos - Autoclassificação

Local: Unidade São Carlos – Av. Comendador Alfredo Maffei, 700 – Jd. Gibertoni – São Carlos – SP

Mais informações pelo telefone: 3373-2333

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