63 dias sem chuva em São Carlos; alguns reservatórios de água estão operando com apenas 30% da capacidade.
O Serviço Autônomo de Água e Esgoto (SAAE) esclarece que o desabastecimento registrado em São Carlos, principalmente na grande região da Vila Nery, há alguns dias, acontece por causa da estiagem prolongada de forma histórica na cidade. Já são 63 dias sem chuva, um dos períodos mais extensos e mais graves dos últimos 15 anos. Em função disso, há diminuição da capacidade dos reservatórios (alguns estão, em média, operando com 30% da capacidade) além do elevado consumo em decorrência das altas temperaturas que têm sido registradas.
ESPRAIADO TEM VAZÃO MENOR
Vale ressaltar que no Centro de Captação do Espraiado, responsável pelo abastecimento de 11% da água consumida em São Carlos inteira, há uma redução considerável na água disponível. Em junho de 2023, para se ter ideia, a vazão do Centro era de 13.508 metros cúbicos por dia, ou 153,3 litros por segundo. Já agora, em junho de 2024, a vazão está 11.670 metros cúbicos por dia, ou 135,1 litros por segundo.
A redução, portanto, é de significativos 13,6% na captação de água. Segundo a Defesa Civil de São Carlos, essa enorme estiagem já provoca um déficit hídrico de 100% na cidade, uma vez que dos 44,41mm de chuva previstos para junho, não foi registrado sequer 1,0mm, e o quadro poderá ser agravado já que não há previsão de chuva para os próximos dias.
CARRETAS-PIPA EM REGIÕES MAIS CRÍTICAS
O SAAE informa, também, que como medida estritamente emergencial está com três carretas-pipa abastecendo de forma ininterrupta a grande Vila Nery, além de uma carreta-pipa na região do Parque Industrial, próximo ao Serasa. Além disso, o trabalho de consertos de vazamentos (média de 20 por dia) não para por toda a cidade.
“O SAAE tem feito o que é possível dentro de sua capacidade técnica de intervenção para diminuir o impacto da estiagem que provoca o desabastecimento. O que foge ao controle da autarquia é driblar o déficit hídrico que afeta não apenas São Carlos mas inúmeras cidades paulistas. Algumas, inclusive, até já promoveram ou promovem rodízios de abastecimento entre os bairros para não permitir que o sistema entre em colapso. Nós ainda não chegamos a este estágio e, portanto, estas possibilidades, de rodízio e de racionamento, estão descartadas”, disse o presidente da autarquia, Engenheiro Mariel Olmo.