Entre os muitos tabus acerca do sexo, um dos que mais aterroriza - não só, mas principalmente os homens - é o medo da disfunção erétil (DE). Só de pensar em brochar, há quem se desespere e aí sim a coisa não vai para frente. Segundo uma enquete realizada com mais de 6 mil pessoas pelo Sexlog, a maior rede social de sexo e swing do Brasil, cerca de 42% dos homens já brocharam ao menos uma vez.
De acordo com a Biblioteca Virtual em Saúde, no Brasil, a disfunção erétil afeta uma parcela significativa da população masculina. Dados indicam que 45,1% dos homens apresentam algum grau: 31,2% têm DE leve, 12,2% moderada e 1,7% severa. O estudo revela que a prevalência da condição aumenta com a idade. Por exemplo, homens entre 60 e 69 anos têm mais de duas vezes mais risco de desenvolver DE do que aqueles entre 18 e 39 anos. Esse risco triplica para indivíduos com 70 anos ou mais
Entre as pessoas que já passaram por essa experiência e que responderam à enquete do Sexlog, 33% disseram que só tiveram dificuldade de manter a ereção apenas uma vez. Enquanto 60% alegam que já brocharam entre uma e dez vezes. Os que têm o problema de maneira recorrente são 7%.
Disfunção Erétil é comum e pode acontecer com qualquer pessoa
Embora as confissões sobre dificuldades sexuais ainda sejam cercadas de tabu, alguns famosos brasileiros já falaram abertamente sobre episódios de "brochada". Entre eles, destaca-se Rodrigo Simas, que admitiu ter enfrentado uma situação constrangedora em sua primeira vez com a atriz Agatha Moreira.
Além dele, o ator Mateus Solano também falou sobre o assunto de forma leve durante uma live no Instagram com a esposa, Paula Braun e a educadora sexual Tatiana Presser. Na ocasião, ele revelou que ficou tocado com a situação pois não havia muita informação para lidar com o fato.
Os motivos da disfunção erétil
De acordo com a sexóloga Tamara Zanotelli, a perda da excitação está atrelada a uma série de motivos. “Existem alguns fatores que podem estar mais presentes. Atualmente, os grandes vilões têm sido o estresse e a ansiedade. Todas as preocupações, não só com o desempenho sexual, mas com o cotidiano, sobrecarregam o processo de excitação e acabam afetando as relações”, diz.
A informação da sexóloga vai de encontro ao que os respondentes da pesquisa disseram. Com a possibilidade de escolher mais de uma opção, 61% alegaram que o nervosismo foi o principal motivo que os fez brochar. Enquanto a ingestão de bebidas alcoólicas foi responsável por 32% das falhas na Hora H. Aqueles que se sentiram empolgados demais e acabaram perdendo a ereção por ser a primeira vez com a outra pessoa foram 22%. E a abstinência foi escolhida por 8% dos homens.
Estratégias para lidar com a situação
Entre os que já brocharam, 79% afirmaram que preferem esperar um pouco antes de tentar novamente, enquanto apenas 8% tentam imediatamente. A reação diante do episódio também é variável: 41% optam por conversar sobre o ocorrido, 25% preferem deixar passar e discutir depois, e 21,95% pedem desculpas. A minoria, 12%, prefere ignorar o fato.
A pesquisa também explorou a experiência de quem já passou pela situação inversa, ou seja, quando a outra pessoa brochou. Nesses casos, 68,18% relataram que esperam um tempo antes de tentar excitar a pessoa novamente, e 40,25% preferem conversar sobre o episódio para aliviar a tensão.
Como evitar?
Tamara explica que algumas estratégias podem evitar situações de desconforto ou frustração durante momentos íntimos. “Um bom começo é investir no autoconhecimento e na comunicação. Entender seus próprios limites e preferências é essencial para criar conexões saudáveis. A confiança se constrói com paciência, honestidade e respeito mútuo, o que permite um espaço confortável para compartilhar desejos e frustrações sem julgamentos. Além disso, investir em preliminares e criar um ambiente relaxante ajuda a reduzir a ansiedade e a aumentar a excitação, melhorando a experiência como um todo”.
Para a especialista, falar aberta e claramente sobre o que traz prazer ou desconforto fortalece a conexão entre parceiros e evita mal-entendidos. “Essa prática também reforça a confiança, essencial para momentos íntimos satisfatórios. Quando cada um conhece suas necessidades e se sente ouvido, o ambiente se torna propício para uma experiência mais prazerosa e leve”, comenta.