O ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF),
publicou em seu perfil no Instagram um "print" da resposta da Meta
AI, ferramenta de inteligência artificial disponível no WhatsApp, para
argumentar que o direito à liberdade de expressão não é absoluto. Na foto
publicada pelo ministro, a ferramenta diz que a liberdade de expressão pode ser
limitada para proteger outros direitos e interesses legítimos, como em casos de
incitação à violência, calúnia e difamação, propaganda de ódio, entre outros.
Na postagem, Dino lembrou sobre um julgamento da Suprema
Corte dos Estados Unidos que decidiu que uma pessoa não pode gritar
"fogo" em um teatro lotado, já que a fala poderia criar pânico e
graves riscos para os presentes. "O debate no Tribunal norte-americano, em
1919, era sobre o suposto caráter absoluto da liberdade de expressão. Mais de
um século depois, a resposta da Inteligência Artificial da Meta pode ser uma
leitura útil para quem não quer ou não pode pesquisar mais profundamente",
disse o ministro.
Está previsto para o dia 27 deste mês o julgamento de três
ações que questionam o Marco Civil da Internet e discutem a responsabilidade
das plataformas digitais em relação a conteúdos publicados pelos usuários.
Quando o Congresso estava discutindo o PL das Fake News, que prevê maior
responsabilização das redes sociais, a Meta se manifestou dizendo que o texto
cria um "sistema permanente de vigilância, similar ao de países de regimes
antidemocráticos". Como o PL não avançou, o Supremo decidiu julgar o tema.
A Meta é responsável pelas empresas Instagram, WhatsApp e Facebook.
POR ESTADAO CONTEUDO