https://www.fuxicogospel.com.br/ Por Caio Rangel  

Jecer Goes relatou a dificuldade que tem enfrentado ao tentar contratar cantores para um evento em sua igreja

Durante uma de suas mensagens mais recentes, o pastor Jecer Goes, fundador e líder do Ministério Canaã em Fortaleza- CE,  fez duras observações sobre o que classificou como a crescente “comercialização do Evangelho”.

O líder religioso relatou a dificuldade que tem enfrentado nos últimos dois meses ao tentar contratar cantores para um evento em sua igreja, devido aos altos valores cobrados pelas apresentações.

“Faz dois meses que ligamos todo dia para cantor. É R$ 15 mil, R$ 20 mil…”, lamentou Jecer durante a pregação. Ele afirmou que, mesmo aqueles artistas que se dizem mais acessíveis, acabam exigindo a presença de bandas completas, com seis a dez integrantes — estrutura que, segundo ele, não condiz com a realidade espiritual do ministério. “E ainda vem com banda podre”, classificou.

O pastor também apontou exigências feitas por alguns pregadores itinerantes, revelando que há quem condicione a participação em eventos à entrega prévia de relatórios com estimativa de público. “Isso é uma vergonha. Onde está o respeito ao Evangelho?”, questionou de forma veemente.

Em seu discurso, Jecer reforçou que sua missão não está atrelada a visibilidade, fama ou números expressivos. “Deus não me chamou pra pregar pra multidão. É pra um, pra dois, pra muitos… Quem manda o povo é Deus”, declarou, reafirmando sua visão de que o verdadeiro ministério é movido por propósito, não por contratos.

As declarações do pastor viralizaram nas redes sociais e reacenderam um debate sensível entre cristãos: até que ponto o ministério pode coexistir com práticas de mercado sem comprometer a essência da fé? Para muitos, o discurso de Jecer expõe um problema que já não se limita aos bastidores — o tensionamento constante entre o chamado espiritual e a indústria que se formou ao redor do meio gospel.

O posicionamento de Jecer Goes também reflete uma frustração crescente entre pastores e líderes de pequenas e médias igrejas, que frequentemente se veem impedidos de promover eventos evangelísticos por não conseguirem arcar com os custos exigidos por artistas e pregadores renomados.

Para muitos desses líderes, o que antes era considerado ministério passou a funcionar como um verdadeiro mercado, onde agendas são negociadas como contratos corporativos, e o acesso à “presença” de determinados nomes depende mais da condição financeira da igreja do que de direção espiritual. Esse cenário tem gerado uma reflexão profunda sobre prioridades no meio cristão: servir ou ser servido? Ministrar ou faturar?



Deixe seu Comentário