https://www.fuxicogospel.com.br/ Por Caio Rangel
Descrito pela família como homem de fé, dedicado à igreja, à esposa e ao trabalho, Guilherme sonhava em ser pai
O policial militar Fábio Anderson Pereira de Almeida, de 35 anos, foi afastado de suas funções operacionais após matar por engano o jovem cristão Guilherme Dias Santos Ferreira, de 26 anos, com um tiro na cabeça. O crime ocorreu na noite de sexta-feira (4), em Parelheiros, na Zona Sul de São Paulo.
Lotado no 12º Batalhão da Polícia Militar Metropolitano, o agente chegou a ser preso em flagrante sob acusação de homicídio culposo, quando não há intenção de matar, mas foi liberado após pagar fiança. Sua defesa preferiu não se pronunciar sobre o caso, afirmando que aguardará o avanço das investigações.
Segundo o boletim de ocorrência, o policial, que estava de folga, trafegava de moto pela Estrada Ecoturística de Parelheiros quando foi abordado por homens armados que tentaram roubar o veículo. Ele reagiu, efetuou disparos para dispersar os suspeitos e, durante a confusão, baleou Guilherme, que caminhava em direção ao ponto de ônibus. O jovem morreu no local.
A vítima que era maceneiro, havia acabado de encerrar o expediente em uma fábrica de camas e baús, onde trabalhava há quase três anos. Guilherme, que estava no segundo dia de trabalho após retornar das férias, registrou o ponto eletrônico às 22h28. Sete minutos depois, foi atingido pelo tiro disparado pelo PM. Pouco antes, ele avisou a esposa que já estava voltando para casa. “Ele nunca chegava tarde. Se algo acontecesse, sempre me avisava”, disse a viúva, Sthephanie dos Santos Ferreira Dias.
Na mochila de Guilherme foram encontrados apenas um livro, marmita, talheres e suas roupas de trabalho. Sthephanie, inconformada, acusa o policial de assassinato motivado por racismo. “Só porque ele era um jovem negro correndo para pegar o ônibus, atirou. Que mundo é esse? Ele foi morto a sangue-frio, pelas costas. Queremos esse policial preso”, desabafou.
Descrito pela família como homem de fé, dedicado à igreja, à esposa e ao trabalho, Guilherme sonhava em ser pai. O casal fazia tratamento para engravidar e planejava comemorar o segundo ano de casamento com uma viagem em agosto. Além disso, ele se preparava para tirar a carteira de motorista e conquistar melhores oportunidades profissionais.
A arma usada no disparo — uma pistola Glock calibre .40 da Polícia Militar — foi apreendida para perícia. O caso segue em investigação, que conta com análise técnica dos estojos de munição e demais provas colhidas no local.