
_Escritório Regional do Sebrae-SP em São Carlos prestou suporte técnico e mentoria, fortalecendo a economia regional_
Com o apoio do Sebrae-SP, a Cadeia Produtiva Local (CPL) da Construção Civil de São Carlos foi oficialmente reconhecida pelo programa SP Produz, iniciativa da Secretaria Estadual de Desenvolvimento Econômico que estimula a auto-organização de grupos de empresas do mesmo setor para promover o desenvolvimento regional e aumentar a competitividade. O edital de reconhecimento foi publicado na segunda-feira (14).
Além de São Carlos, outras duas CPLs da região também foram reconhecidas com o apoio do Escritório Regional do Sebrae-SP: a CPL de Agricultura Familiar de Araras, gerida pela Cooperativa de Apicultores e Agricultores Familiares de Araras e Região (Coaaf), e a CPL de Turismo Gastronômico de Rio Claro, sob gestão da Associação Comercial e Industrial de Rio Claro (Acirc).
Esta é a primeira etapa do processo de reconhecimento das CPLs no Estado de São Paulo. O programa tem como objetivo oferecer melhorias por meio de orientação técnica, mentoria, fomento e outras formas de suporte por parte do Governo do Estado.
Entre os pontos positivos da CPL da Construção Civil, destacados no edital, estão a força da governança e o compromisso com a inovação. “A governança, cadeia de valor, atores e relacionamento estão bem definidos e cumprem plenamente os requisitos. A inovação é apresentada de forma consistente”, aponta o parecer técnico.
A Associação dos Engenheiros, Arquitetos e Agrônomos de São Carlos (AEASC), fundada em 1972, é a gestora da CPL. Esta foi a primeira vez que a entidade decidiu participar de um edital voltado a Cadeias Produtivas Locais. A equipe do Escritório Regional do Sebrae-SP em São Carlos atuou orientando os representantes locais sobre como estruturar uma governança efetiva, conectando os diferentes elos da cadeia para que estivessem aptos a participar tanto do Edital de Reconhecimento quanto do Edital de Fomento — que prevê o repasse de recursos financeiros para estruturação e investimentos em ações estratégicas.
Segundo Ícaro Tiberti, analista de negócios do Sebrae-SP, o trabalho junto à AEASC envolveu o destaque dos pontos positivos da Associação enquanto entidade gestora, a compreensão das exigências do edital e a estruturação para participação.
“Mostramos que São Carlos tem potencial para ser uma cidade gestora e que a cadeia já funcionava na prática; só precisava ser formalizada. Na verdade, você não cria uma CPL, você reconhece algo que já existe. O nosso papel foi evidenciar o trabalho que eles já realizam no dia a dia e orientar como documentar as ações, as reuniões de governança, os projetos com empresas e os vínculos da cadeia produtiva”, explica Tiberti.
O analista também destaca que foram apresentados exemplos bem-sucedidos de outras regiões do Estado e que o Sebrae-SP auxiliou a CPL de São Carlos a identificar suas características compatíveis com os critérios do programa. “Eles reúnem todos os elementos: são uma entidade sem fins lucrativos, com associados diversos — de prestadores de serviços a distribuidores e empresas da construção civil de diferentes portes. Essa diversidade é um ponto positivo, pois traz representatividade em todos os níveis que uma cadeia produtiva precisa para funcionar bem”, completa.
Para ele, esta é uma possibilidade real de atrair recursos do Estado para investir, capacitar e promover ações que impactam diretamente a cadeia produtiva local e a comunidade.
O engenheiro Antônio Cesar Pedrini, primeiro secretário da AEASC, destaca que o apoio do Sebrae-SP foi essencial desde o início do processo. “O Sebrae teve um papel muito importante, inicialmente nos incentivando a participar — nos fazendo acreditar que era possível e que tínhamos o perfil para atuar como unidade gestora. Depois, com total subsídio para atender aos requisitos do edital: indicadores, metas, governança. Fizemos reuniões no Sebrae e todo esse suporte foi fundamental”, afirma.
Com 43 anos de atuação na engenharia, Pedrini utilizou sua experiência em empresas multinacionais para liderar o planejamento estratégico da proposta. “Recorri a conhecimentos sobre sistema da qualidade, logística, processos fabris, e isso contribuiu para estruturar a proposta com base técnica sólida”, explica.
Segundo Pedrini, o reconhecimento da CPL pode trazer mudanças significativas: “Esse resultado pode tornar a AEASC mais visível no mercado empresarial. Tem um papel simbólico, de reconhecimento perante a sociedade, mas também prático — pode nos ajudar a conquistar recursos para executar as metas que propusemos no edital.”
Ele comemora a conquista: “Ficamos muito felizes. Somos a primeira Associação de Engenheiros a constituir e ter uma CPL reconhecida. O mais importante agora é concluir essa segunda etapa, buscando a maturidade necessária para acessar os recursos de fomento, que vão ajudar a mover as empresas que compõem a cadeia”, conclui.
*Próxima etapa*
No segundo semestre, as CPLs serão classificadas em diferentes níveis de maturidade, que vão desde aglomerados produtivos em estágio inicial até cadeias maduras. Elas são compostas por micro, pequenas e médias empresas que cooperam entre si, conquistando acesso a novos mercados, apoio de entidades públicas e privadas, além de ampliar a competitividade e a qualificação dos colaboradores.
“Quando a cadeia produtiva se estrutura, todos os elos se beneficiam por meio da ampliação do mercado e da geração de empregos e renda, além do desenvolvimento regional e atração de negócios complementares”, complementa Tiberti.