A Fundação Pró-Memória de São Carlos realizou, nesta quarta-feira (10/05), o ato simbólico de recebimento da planta original de construção da Igreja Catedral de São Carlos. Na ocasião, foi assinado o termo de cessão entre a Fundação e a família Peronti, que doou o documento e contribui, assim, com a preservação da história do município.
No total, foram recebidas 13 pranchas do projeto original de construção da Catedral, documentos que, segundo os técnicos da Fundação, têm cerca de 100 anos. O material já está sendo tratado e recebendo todos os cuidados de conservação, feito isso será digitalizado e disponibilizado para observação da população enquanto arquivo histórico.
Originalmente, a planta pertencia a Armando Peronti, que trabalhou na construção da Catedral e manteve consigo o material após concluída a obra. Seu filho, João Carlos Martinelli Peronti, igualmente conservou todos os documentos em casa até falecer em 2022, momento em que, conforme o neto de Armando e filho de João Carlos, Emerson Peronti, a família se reuniu e decidiu doar o material para preservação pelo município. “Meu avô foi construtor da Catedral, trabalhou quase toda a vida nesta e em outras obras em São Carlos e dentro de seu acervo pessoal existia essa planta, que é uma planta original e de tamanho maior do que as da época. Foi uma obra feita com muito cuidado e eu vivi por muitos anos com essa planta em casa, pois meu pai sempre comentou sobre esse feito e buscou um reconhecimento do meu avô em termos históricos. No final, essa planta acabou sendo o símbolo desse reconhecimento”, explica Emerson.
Quando a família resolveu entregar o material original à Fundação Pró-Memória e levar ao conhecimento público a disponibilização de todo este valor histórico, ele teve nova surpresa. “Nós achávamos que seria somente mais uma peça no acervo, mas descobrimos que essa é uma peça única e que não se tem uma outra cópia conhecida na cidade ou na Mitra Diocesana”, acrescenta.
A diretora-presidente da Fundação, Maria Isabel Alves Lima, agradeceu a doação e destacou a importância da chegada deste material para o trabalho de preservação histórica do patrimônio são-carlense. “Até onde temos a informação, é um documento centenário e único no município. Neste momento, já estamos tratando o documento e, assim que isto for concluído, certamente muitas novas pesquisas prosseguirão”, disse a diretora-presidente.
Isabel lembra que, assim como a família Peronti, as pessoas que tiverem materiais antigos em casa podem fazer a doação gratuita à Fundação Pró-Memória, a fim de preservar a história do município e manter vivos os documentos de tão grande relevância. “Para isso, basta vir pessoalmente à Fundação (Praça Antônio Prado, s/nº – ao lado da Estação Ferroviária) ou ligar no telefone 3373-2700 para que façamos a visita e verifiquemos a possibilidade de incluir o material no nosso acervo. Muitas pessoas não têm noção do que têm em casa e às vezes acabam jogando fora o que pode ser grandioso para gente não só no sentido de aumentar o conhecimento histórico, mas de abrir novas possibilidades de pesquisa e descobrimentos sobre aquele tema”, finaliza Maria Isabel.