O bilionário Elon Musk doou cerca de US$ 75 milhões — mais
de R$ 420 milhões — para um grupo pró-Donald Trump ao longo de três meses,
conforme mostram divulgações federais, informou a agência de notícias Reuters
nesta quarta-feira (16).
Ele se tornou crucial para os esforços do candidato
republicano à Presidência dos Estados Unidos tentar vencer a eleição. Na
terça-feira (15), a três semanas para o dia da eleição, o estado decisivo da
Geórgia começou a votação.
O America PAC (comitê de ação política, em inglês), que se
concentra em mobilizar eleitores em estados disputados que podem decidir a
disputa contra a democrata Kamala Harris, gastou cerca de US$ 72 milhões do
montante doado pelo bilionário no período de julho a setembro, de acordo com as
divulgações apresentadas à Comissão Eleitoral Federal.
Segundo a agência, o valor doado pelo bilionário é maior do
que qualquer outro pró-Trump focado em mobilização de eleitores. A campanha do
republicano depende amplamente de grupos externos para a abordagem de
eleitores, o que significa que o super PAC fundado por Musk desempenha um papel
desproporcional na eleição acirrada, informou a Reuters.
Musk, CEO da fabricante de carros elétricos Tesla e dono do
X, foi o único doador do grupo nesse período. Embora ele tenha afirmado ter
votado em candidatos presidenciais democratas no passado, nesta eleição deu uma
guinada acentuada à direita.
O bilionário endossou Trump em julho e apareceu com ele em
um comício na Pensilvânia no início deste mês. Nesta quarta, Musk anunciou em
um post na plataforma X que fará "uma série de palestras" pela
Pensilvânia. Ele disse que as pessoas só precisavam assinar uma petição em seu
site do America PAC para participar das palestras de "amanhã à noite até
segunda-feira".
A Reuters relatou, citando uma fonte, que Musk planeja mais
atividades de campanha para Trump na Pensilvânia, considerada um estado crucial
tanto para Trump quanto para sua oponente democrática, Harris, na corrida pela
presidência.
As doações de Musk ao America PAC o colocam no clube
exclusivo de grandes doadores republicanos, uma lista que também inclui o
herdeiro bancário Timothy Mellon e a bilionária dos cassinos Miriam Adelson.
No entanto, a Reuters informou no início deste mês que Musk
tem financiado secretamente um grupo político conservador por anos, muito antes
de sua adesão pública a Trump.
O America PAC se concentra em encorajar americanos que
gostam de Trump, mas que nem sempre votam, a comparecer às urnas neste ciclo,
uma estratégia de alto risco e trabalho intenso. O grupo, que começou o
trabalho mais tarde na eleição do que outros comitês, teve problemas com
contratações. Desde julho, demitiu dois grandes contratados para fazer a
abordagem aos eleitores.
O grupo tinha cerca de US$ 4 milhões disponíveis no final de
setembro, conforme mostram as divulgações. Miriam Adelson, a magnata dos
cassinos, doou US$ 95 milhões a outro super PAC pró-Trump, o Preserve America
PAC, no mesmo período, segundo divulgações feitas na terça.
Por g1
Foto: David Swanson/Reuters/Alex Brandon/AP