Teve início na tarde da última segunda-feira (09/09), a 8ª Semana de Fitoterapia de São Carlos, a abertura foi realizada no Paço Municipal e contou com a participação de vários segmentos da sociedade civil e representantes do poder público.
O evento teve início na cidade após a aprovação do Projeto de Lei Municipal Nº 15.826, de autoria do então vereador José Luís Rabello, falecido em 2016, que propõe compartilhar informações sobre o valor medicinal das plantas, tendo em vista seus efeitos benéficos, a facilidade de aquisição e o baixo custo.
A COMPICS&EPS (Comissão Municipal de Práticas Integrativas e Complementares & Educação Popular em Saúde) da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), a Universidade de São Paulo (USP), o Centro Universitário Central Paulista (UNICEP), a Fundação Educacional São Carlos (FESC), a Secretaria Municipal de Saúde, além de entidades ligadas a fitoterapia, participam e apoiam a Semana.
Desde 2006, a fitoterapia destaca-se como uma prática integrativa e complementar no Sistema Único de Saúde (SUS), através de experiências e normatizações, apresentando-se para o fortalecimento da Atenção Básica. A utilização de fitoterápicos e plantas medicinais valoriza a cultura, o conhecimento tradicional e o popular, fortalece o desenvolvimento da cadeia produtiva e é uma opção terapêutica aos usuários do SUS.
Em São Carlos a Semana de Fitoterapia acontece desde 2016 e vem se fortalecendo, segundo a farmacêutica da Prefeitura de São Carlos, Lucimara Rodrigues da Cruz Peres.
“Em 2019 o município foi contemplado com recursos do Ministério da Saúde para a implantação, plantio, manipulação e distribuição de fitoterápicos para a população. Nós estamos recebendo as mudas para um projeto piloto para a produção e distribuição das plantas medicinais no SUS. A partir do próximo ano, o projeto é de capacitação dos profissionais prescritores, os agentes de saúde e toda a cadeia desde o plantio até a prescrição e distribuição para o paciente, tudo com segurança, seguindo toda a legislação do Formulário de Fitoterápicos da Farmacopeia Brasileira (ANVISA, 2011), podendo manipular e ofertar os fitoterápicos aos usuários dos serviços de saúde”.
Ketylin Migliato, farmacêutica da UNICEP, explica que para a planta ou o medicamento fitoterápico chegar até a população existe todo um processo altamente rigoroso e seguro, envolvendo todos os agentes da produção até a prescrição do medicamento.
“A Semana de Fitoterapia existe desde 2014, ela vem trazendo a ampliação, a conscientização, o conhecimento sobre a fitoterapia dentro do município, para que a população entenda e para que os profissionais de saúde também tenham essa compreensão para fazer a prescrição das plantas medicinais e também dos fitoterápicos, buscamos esse fortalecimento para estar mais próximos para que os profissionais de saúde possam se tornar prescritores e a população receber esse tratamento dentro das práticas integrativas. Nosso objetivo é treinar o profissional para que ele tenha conhecimento e segurança para fazer a prescrição, então a ideia agora é capacitar todos os envolvidos no processo. Já temos alguns modelos de sucesso, como a experiencia da cidade de Jardinópolis, que vimos aqui hoje com a palestra da secretária de Saúde, Drª. Ivanice Maria Cestari Dandaro, onde o projeto já existe há muito tempo e tem produzido resultados surpreendentes, então é possível sim criar a “Farmácia Viva”, que vem da semente até o medicamento, tudo com certificação, tudo com controle de qualidade para encaminhamento ao SUS e aí sim ser prescritos e encaminhados a população. Finaliza a farmacêutica.
A 8ª Semana de Fitoterapia conta com várias atividades em diversos locais até sábado (14/09) quando tem seu encerramento, você pode conferir toda a programação no https://sites.google.com/view/semanafitoterapiasaocarlos.